terça-feira, 14 de abril de 2020

A forte tendência a generalização e a tornar tudo e todos improdutivos

Li numa postagem feita por amigos do Facebook que tinha como manchete: "Hipocrisia à distância: a escola finge que está educando e os pais fingem que os filhos estão aprendendo" e percebi que o intuito era zerar o ano letivo e desqualificar atividades desenvolvidas por algumas escolas.

A despeito disto, percebe-se que as sociedades 4.0 e 5.0 vão chegar antes em lugares longínquos como a nossa pequena cidade de interior devido a esta pandemia, pois as pessoas estão reinventando as formas de se manterem produtivas e isso não é só no ambiente escolar, isto é, principalmente, no mundo do trabalho.
Quanto a ideia de ineficiência das atividades feitas por algumas escolas, e por alguns profissionais, acredito que esta questão seja delicada demais para ser generalizada, pois existem muitas coisas boas que podem ser feitas, sim, e, assim como nas aulas presenciais, vão depender do comprometimento dos envolvidos.
Referente aos que deixam a desejar, estão em todos os lugares e procedimentos, até nos mais "glamourosos" e executados por gente "nobre".
Agora, quanto a seriedade do Estado, enquanto poder público, em todas estas nuances , bom, aí a coisa acontece tanto na presencial, quanto nas situações virtuais. Ou seja, parece que o estado nunca se preocupa com a eficiência, mas em justificar os seus investimentos, ou a falta deles.
Eu tenho dado aula via sala virtual, avaliado atividades de alunos com data de entrega, com as devidas flexibilizações analisadas caso a caso, feito aulas em vídeo resolvendo questões e ainda esta semana teremos uma aula em live para tirar dúvidas. Será que dá para dizer que isto é fingir dar aula?!?! Sem contar que para fazer isso levo tempo bem maior que levaria na sala de aula regular, pois muitas vezes tenho que orientar os alunos para utilizar as ferramentas.
Agora, o que se vê na reportagem é uma pessoa que acha as atividade que podem servir para desenvolver os seus filhos, por exigir um posicionamento de estudante na concepção maior da palavra, uma coisa de outro mundo. Preferindo ficar preocupada em passar álcool em toda casa, o que transparece um comportamento insano, ou de alguém que vive no corredor de um grande hospital.
Acredito que o COVID-19 provou algumas coisas: que estamos doentes na nossa individualidade, mas que, também, existe uma parcela significante com criatividade e capacidade de dar um salto no processo evolutivo ao se superarem e se reinventarem nas suas profissões ou descobrir outras habilidades produtivas que proporcionem uma vida digna.
Que sejamos capazes das transformações produtivas, pois a princípio, o único vilão da história é o vírus COVID-19!
Um abração a todos e desculpas àqueles que acompanham esta página por ter posicionamentos impessoais sobre temas atuais, mas precisei abordar esta questão sem perder o foco na contemporaneidade do tema, pois a situação exigiu uma abordagem mais pessoal para tentar ajudar nestas reflexões tão importantes para atualidade.
Não sejamos "papagaios de pirata"!
Prof. Jáqueson Urtassum da Silva
Jaguarão- RS